Continuamos com o tema escolhido na enquete, entrevistamos Ana Cristina que é formada em Licenciatura e Bacharelado em História pela Universidade de São Paulo (USP) e realizou mestrado na Faculdade de Educação, na mesma Universidade; o outro entrevistado é o André Sarante, formado em Bacharelado e Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), atualmente está cursando Pedagogia na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Agradecemos desde já os colegas pela belíssima entrevista.
Pedimos a eles que nos contássemos um pouco sobre o artigo, que se encontra no final da entrevista, “O mundo dentro da escola: refletindo sobre os recursos hídricos com o uso do Google Earth”.
André Sarante: A idéia inicial nasceu como exigência de uma disciplina do último período do curso de Geografia, que versava sobre práticas de ensino da disciplina. A idéia era fazer um projeto de ensino e, se fosse possível, aplicar em alguma escola. O tema surgiu da junção de duas áreas de interesse: por um lado a questão da água na atualidade e o interesse em utilizar o computador, a internet e imagens de satélite no processo de ensino aprendizagem, uma vez que são recursos tecnológicos que despertam o interesse da quase totalidade dos jovens de hoje.
O interessante do Software Google Earth é que ele traz uma vivência virtual em três dimensões. Além disso, o docente pode explorar a questão do local que, em muitos casos não é abordado nos livros didáticos. No entanto, não podemos esquecer que o software deve ser utilizado como um complemento ao livro didático e ao atlas escolar, no qual as imagens são estáticas e em duas dimensões. Com isso, além de trazer para dentro da escola algo que a princípio está fora dela (a internet e o uso de um programa que, grosso modo, não foi desenvolvido diretamente com vistas ao uso didático) será possível mostrar aos estudantes que o computador e a internet podem ser usados não só para o entretenimento, mas também para obter e construir conhecimento.
Ana Cristina: Em meu mestrado pesquisei o impacto da chegada de uma nova tecnologia – o videocassete e o comércio de fitas VHS – na educação. Tal como o Google Earth, o videocassete e as videolocadoras não surgiram para a escola, mas, de variadas formas, passaram a ser utilizada por professores com finalidades didáticas. A meu ver esse é um movimento muito interessante, que mostra que a escola está conectada com a sociedade que pulsa fora de seus muros, mesmo que ela não queria. O uso escolar de artefatos tecnológicos não-escolares é algo muito interessante e que merece investigações acadêmicas. Foi pensando nisso que resolvi escrever junto com um geógrafo um modelo de uso didático para um recurso tecnológico. O Google Earth é um aplicativo que permite muitos usos, tanto na área de Geografia quanto na de História. Nossa idéia é construir outros modelos de uso para o Google Earth, para que professores da área de Ciências Humanas possam visualizar como aplicar a tecnologia na educação.
PPEG - Vocês concordam que, trabalhar a questão da água em sala de aula ajuda a conscientizar o aluno em diferentes escalas e principalmente a escala local abordada em livro didático e finalizando com uma saída de campo?
André Sarante: Na proposta de ensino que apresentamos, trabalhamos a questão da água nas diferentes escalas, percorrendo junto com os estudantes um caminho que começa com este recurso no contexto global, passando pelos contextos nacional, regional até chegar ao abastecimento local no município. Esse percurso é muito importante para o aluno, visto que, um rio que nasce do lado da sua casa pode percorrer vários quilômetros e influenciar outros lugares. Daí a importância de trabalhar a questão do local.
Ana Cristina: Os livros didáticos de História e Geografia tratam apenas de realidades globais e regionais. A escala local raramente aparece e isso nos parece um problema grave. Nesse sentido, todos os recursos que puderem dar visualidade ao que faz parte do contexto do aluno transforma-se em recurso valioso, que faz a educação fazer sentido na vida deles. Isso é fundamental no dia de hoje e se a tecnologia pode ajudar no processo de contextualização ela precisa ser integrada à escola.
PPEG - Perguntamos ao André, que é professor da rede Municipal e para a Ana Cristina, como é utilizada em São Paulo as Tecnologias da Informação e da Comunicação no ensino de Geografia e História?
André Sarante: Aqui em São Paulo, como também em boa parte do país, ainda há uma certa desconfiança por parte de alguns professores na utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação em sala de aula. Vejo que o problema não está ligado a falta de equipamentos, mas sim, no despreparo e a falta de formação da maioria dos docentes que estão atuando na rede de ensino. Em relação as minhas aulas, costumo trazer para os alunos documentários, músicas, imagens de satélites e peço para que eles façam pesquisas na Web.
Ana Cristina: Em São Paulo, tanto na rede pública quanto na privada, a tecnologia ainda não é usada sistematicamente. Existem laboratórios e projetos pilotos, mas é raro um professor que consiga usar de forma sistemática e contínua. A tecnologia ainda é exceção e isso se dá por diversos motivos: desde a estrutura das escolas até por desconhecimento de programas. Além disso, não basta saber usar o programa: é preciso pensar uma proposta pedagógica para ele. É por isso que os modelos de uso são úteis. O Google Earth pode ser usado para se dar uma aula de recursos hídricos e também para tratar de Grécia Antiga, por exemplo. Mas só falar isso para o professor não basta. Quando detalhamos uma proposta de trabalho, ele se sente mais instrumentalizado para tentar usar. É por isso que devemos redigir modelos de uso e disponibilizá-los em sites, blogs, etc. Quando fazemos isso, aumentamos a chance real de que mais professores usem as TIC no processo de ensino e aprendizagem.
André Sarante: A idéia inicial nasceu como exigência de uma disciplina do último período do curso de Geografia, que versava sobre práticas de ensino da disciplina. A idéia era fazer um projeto de ensino e, se fosse possível, aplicar em alguma escola. O tema surgiu da junção de duas áreas de interesse: por um lado a questão da água na atualidade e o interesse em utilizar o computador, a internet e imagens de satélite no processo de ensino aprendizagem, uma vez que são recursos tecnológicos que despertam o interesse da quase totalidade dos jovens de hoje.
O interessante do Software Google Earth é que ele traz uma vivência virtual em três dimensões. Além disso, o docente pode explorar a questão do local que, em muitos casos não é abordado nos livros didáticos. No entanto, não podemos esquecer que o software deve ser utilizado como um complemento ao livro didático e ao atlas escolar, no qual as imagens são estáticas e em duas dimensões. Com isso, além de trazer para dentro da escola algo que a princípio está fora dela (a internet e o uso de um programa que, grosso modo, não foi desenvolvido diretamente com vistas ao uso didático) será possível mostrar aos estudantes que o computador e a internet podem ser usados não só para o entretenimento, mas também para obter e construir conhecimento.
Ana Cristina: Em meu mestrado pesquisei o impacto da chegada de uma nova tecnologia – o videocassete e o comércio de fitas VHS – na educação. Tal como o Google Earth, o videocassete e as videolocadoras não surgiram para a escola, mas, de variadas formas, passaram a ser utilizada por professores com finalidades didáticas. A meu ver esse é um movimento muito interessante, que mostra que a escola está conectada com a sociedade que pulsa fora de seus muros, mesmo que ela não queria. O uso escolar de artefatos tecnológicos não-escolares é algo muito interessante e que merece investigações acadêmicas. Foi pensando nisso que resolvi escrever junto com um geógrafo um modelo de uso didático para um recurso tecnológico. O Google Earth é um aplicativo que permite muitos usos, tanto na área de Geografia quanto na de História. Nossa idéia é construir outros modelos de uso para o Google Earth, para que professores da área de Ciências Humanas possam visualizar como aplicar a tecnologia na educação.
PPEG - Vocês concordam que, trabalhar a questão da água em sala de aula ajuda a conscientizar o aluno em diferentes escalas e principalmente a escala local abordada em livro didático e finalizando com uma saída de campo?
André Sarante: Na proposta de ensino que apresentamos, trabalhamos a questão da água nas diferentes escalas, percorrendo junto com os estudantes um caminho que começa com este recurso no contexto global, passando pelos contextos nacional, regional até chegar ao abastecimento local no município. Esse percurso é muito importante para o aluno, visto que, um rio que nasce do lado da sua casa pode percorrer vários quilômetros e influenciar outros lugares. Daí a importância de trabalhar a questão do local.
Ana Cristina: Os livros didáticos de História e Geografia tratam apenas de realidades globais e regionais. A escala local raramente aparece e isso nos parece um problema grave. Nesse sentido, todos os recursos que puderem dar visualidade ao que faz parte do contexto do aluno transforma-se em recurso valioso, que faz a educação fazer sentido na vida deles. Isso é fundamental no dia de hoje e se a tecnologia pode ajudar no processo de contextualização ela precisa ser integrada à escola.
PPEG - Perguntamos ao André, que é professor da rede Municipal e para a Ana Cristina, como é utilizada em São Paulo as Tecnologias da Informação e da Comunicação no ensino de Geografia e História?
André Sarante: Aqui em São Paulo, como também em boa parte do país, ainda há uma certa desconfiança por parte de alguns professores na utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação em sala de aula. Vejo que o problema não está ligado a falta de equipamentos, mas sim, no despreparo e a falta de formação da maioria dos docentes que estão atuando na rede de ensino. Em relação as minhas aulas, costumo trazer para os alunos documentários, músicas, imagens de satélites e peço para que eles façam pesquisas na Web.
Ana Cristina: Em São Paulo, tanto na rede pública quanto na privada, a tecnologia ainda não é usada sistematicamente. Existem laboratórios e projetos pilotos, mas é raro um professor que consiga usar de forma sistemática e contínua. A tecnologia ainda é exceção e isso se dá por diversos motivos: desde a estrutura das escolas até por desconhecimento de programas. Além disso, não basta saber usar o programa: é preciso pensar uma proposta pedagógica para ele. É por isso que os modelos de uso são úteis. O Google Earth pode ser usado para se dar uma aula de recursos hídricos e também para tratar de Grécia Antiga, por exemplo. Mas só falar isso para o professor não basta. Quando detalhamos uma proposta de trabalho, ele se sente mais instrumentalizado para tentar usar. É por isso que devemos redigir modelos de uso e disponibilizá-los em sites, blogs, etc. Quando fazemos isso, aumentamos a chance real de que mais professores usem as TIC no processo de ensino e aprendizagem.
Agora deixe sus comentários para os nossos entrevistados.
Vejo que hoje, a utilização das TICs em sala de aula é de fundamental importância. A cada dia surgem novos recursos e possibilidades que são fundamentais para auxiliar o trabalho do professor em sala de aula. Claro que esses mecanismos devem auxiliar e não substituir o trabalho do professor.
ResponderExcluirAssim, considero que o trabalho de vocês é muito bacana e vem mostrar como um software que pode ser conseguido sem custos pode ser de grande utilidade para a atividade docente.
Parabéns!
Neste início de século XXI, a questão das TIC's é fundamental no ensino, assim como salinetou o nobre colega acima, ela deve ser usada como uma ferramenta, mas uma importante ferramenta.
ResponderExcluirAs tecnologias da informação fazem parte do cotidiano discente de tal sorte que, não raras vezes, supera o conhecimento do professor, sendo que as TIC's vieram para ficar sendo a nova ferramenta e fronteira de ensino.
Gostaria de parabenizar os pesquisadores pelo excelente trabalho.
Geógrafo e Professor do Colégio MAter (Porto Seguro-BA) Fabiano Ferreira Machado
Ageademos os comentários, e pedimos que nos enviem um email pedageo@gmail.com
ResponderExcluirO trabalho de transformação da educação começa pelas idéias de pessoas com vocês. Que procuram no cotidiano e nas inovações tecnológicas uma maneira de ensinar, procurando estar cada vez mais perto dos alunos.
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