Certamente você, nosso visitante, vai dizer que não conhece Percy Lau, mas as obras sim. Quer ver que você conhece?
Percy Lau foi ilustrador e desenhista peruano, seus desenhos eram feitos de bico de pena, desenhos esses com muitos detalhes. Foi contatratado pelo IBGE para ilustrar os livros asérie intitulada Tipos e Aspectos dos Brasil, viajou do norte ao sul do Brasil, retratando a paisagem e os tipos humanos de cada região.
Muitas de suas ilustrações estão nos livros didáticos de Aroldo de Azevedo e também se encontra as gravuras no livro do Aziz Ab’ Saber: Os domínios de natureza no Brasil: Potencialidades paisagísticas.
Muitas de suas ilustrações estão nos livros didáticos de Aroldo de Azevedo e também se encontra as gravuras no livro do Aziz Ab’ Saber: Os domínios de natureza no Brasil: Potencialidades paisagísticas.
Mas para quem não sabe ainda quem foi o Percy Lau, então te convido para conhecer o projeto: Percy Lau - desenhando o Brasil (Bolsa Funarte de Reflexão Crítica e Produção Cultural para internet 2010), que consiste em montar um site-documentário sobre a vida e obra de Percy Lau, valorizando a importância do artista para o país. Sendo que um dos idealizadores e pesquisador, o nosso colega de Geografia da Unilasalle, Leonardo Gomes.
Leia mais sobre o projeto clicando aqui e depois deixe eu comentários.
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Quero confessar uma coisa: quando o Leonardo mencionou o nome de Percy Lau pela primeira vez para mim, eu não sabia quem ele era. Embora estivesse acostumado a ver sua farta iconografia nas obras do IBGE, nunca me interessei em gravar o nome do autor, o que hoje reconheço ter sido uma grande injustiça. Uma obra tem um nome por detrás, um nome tem uma pessoa. E que pessoa! Que talento, que sensibilidade, que dedicação, que perfeccionismo! Eu comparo o talento de Percy Lau ao de um Frans Post, Albert Eckhout ou mesmo Jean-Baptiste Debret, artistas que vieram para o Brasil com as missões holandesa e francesa, no final do primeiro quartel dos séculos 17 e 19. Aqueles pintores retrataram de forma magistral o Brasil que enxergaram, as lindas paisagens naturais e humanas do nordeste e do Rio de Janeiro. Percy Lau foi até além deles, pois não se ateve ao litoral, percorrendo milhares de quilômetros por dentro do país e conseguindo como ninguém captar toda a extensão de nosso território com a sua enorme diversidade de feições, paisagens e modos de vida. O talento de Percy Lau coincide com o de Portinari, com quem compartilha também o ano natalício: 1903. É de muitíssimo bom alvitre o surgimento de um projeto como esse, que se propõe a resgatar a memória e a obra do pintor peruano, naturalizado brasileiro. Quem se depara com a farta e bela iconografia de Percy Lau fica se perguntando como alguém tão talentoso como ele, quando comparado a outros artistas de peso, tenha ficado tanto tempo quase no anonimato. Conclui-se daí que existe uma injustiça que precisa ser reparada, e esse projeto com certeza ajudará a fazer isso. Está de parabéns o amigo e aluno Leonardo Gomes pela iniciativa singular. Não tenho dúvidas que a Geografia brasileira irá ganhar muito com esse trabalho. A obra de Percy Lau retrata o Brasil numa época de profundas transformações. Ela inicia em 1930, com o começo da Era Vargas, quando se iniciou a consolidação da sociedade urbano-industrial e o país passou a experimentar o fenômeno da desruralização. E a obra termina no início dos anos 70, período do chamado milagre econômico. Portanto, Percy percorrerá o território brasileiro conseguindo captar muitos dos seus traços, por assim dizer, originais. É ainda a natureza não transformada na escala de hoje que o artista irá magistralmente registrar, como que pressentindo e implicitamente denunciando as ameaças do progresso, que haveria de modificar tudo de maneira drástica. Por isso a sua obra se caracteriza pelo registro do elemento tradicional, principalmente rural, possuindo um caráter atávico, nostálgico, bucólico, pastoril e lúdico. Uma criança que mire as gravuras do pintor há de ficar encantada com esse universo brasileiro retratado de modo tão suave e delicado. Ela, assim como eu, nem irá sentir a falta das cores nas gravuras, pois essas se expressam na fusão da perfeição dos traços e rabiscos feitos a bico de pena. Pena mesmo é que Percy Lau morreu, pois ficamos órfãos de um talento excepcional, que continuaria a servir a Geografia brasileira com divinas ilustrações. Com Percy Lau, se foi também o Brasil de Percy Lau, que já não é mais o mesmo, e que certamente não oferece mais ao artista, venha donde vier, Holanda, França, Peru ou até do próprio Brasil, muitas das belas paisagens que ele teve à disposição para registrar. Um grande abraço! Prof. Leandro Lopes - Unilasalle
ResponderExcluirDepois desse relato do Professor Leandro, fico bastante retraída de postar qualquer bobagem por aqui... Nada a declarar, apenas velhos clichês, mas que são verdadeiramente sinceros. Aí vai...
ResponderExcluirLeonardo Gomes: é deveras um prazer muito grande ter você como colega na GEOGRAFIA. Pois, sinto que nós acadêmicos – desta ciência tão fascinante – somos agentes imprescindíveis na difusão de informações e popularização de assuntos, até então, somente do meio científico. Com o perdão de minha ignorância, confesso que eu também ainda não havia conhecido Percy Lau. E sou muito grata, por esse grandioso trabalho que tens feito! Parabéns, prezado colega! Este é realmente um trabalho de extrema relevância. Sem mais, Milena Lima