Há três meses graduou-se em bacharelado e licenciatura em Geografia pela Universidade Federal de Viçosa, MG, mas continua na mesma instituição agora como estudante não vinculado, no curso cursando as disciplinas do Pós-Graduação. Atuou junto ao Centro Acadêmico do curso de Geografia durante três gestões. Trabalhou em um projeto de extensão universitária de Educação Ambiental como trilheiro em um resquício de Mata Atlântica, denominada Mata do Paraíso. Nunca participou de iniciação científica mas sempre ficou focado nas publicações e nas divulgações científicas, pesquisando em algumas áreas ( entre elas a veiculação midiática de temas polêmicos para o corpo científico) e colabora no blog Suburbano Digital, da autoria de seu colega. Em seu trabalho de monografia escolheu a área de planejamento urbano-ambiental, mais precisamente no estudo de Planos Diretores e Planos de Bacias Hidrográficas. Então iniciando o nosso ciclo de entrevista sobre a escolhida da enquete, conversamos com o Geógrafo Helisson Miranda. Depois da entrevista deixe seus comentários. PPEG- O EMBATE CIENTÍFICO NO ÂMAGO DAS TRANSFORMAÇÕES CLIMÁTICAS E O CONTROVERSO TRATAMENTO DA MÍDIA INFORMACIONAL BRASILEIRA ACERCA DO TEMA , foi o tema apresentado no ENG-2010. Conforme essa reportagem: A Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à ONU, anunciou nesta quinta-feira(20 de janeiro) em Genebra que 2010 foi o ano mais quente já registrado, o que confirma uma tendência "significativa" de aquecimento global a longo prazo (FONTE: ). Na sua opinião, qual é a posição da mídia nesse contexto? Helisson Miranda- Como meio de ampla divulgação e acesso da informação, o que pressupõe a própria formação de quem desfruta dessa informação, a mídia se torna um pilar fundamental para o campo científico. O tratamento da informação relativa a essa área constitui-se enviesado por um jogo de interesse bem mais amplo do que se possa imaginar, que transcende mesmo a faceta política e econômica do mundo atual, pode-se dizer que toda e qualquer notícia divulgada atende a pressupostos definidos, por mais imparcial que ela possa parecer. E não se trata de apenas um lado, porque há duas correntes muito bem delimitadas que se digladiam no meio científico e extrapolam para o da mídia. O problema concreto está na predisposição da mesma em privilegiar, por uma série de fatores envolvidos (especialmente envolvendo dinheiro e poderio), uma dessas correntes. É um quadro que devemos ver aumentar ainda mais nas próximas décadas, o chamado “sensacionalismo das catástrofes”. PPEG - Para você, o que está acontecendo no planeta é o aquecimento ou resfriamento global? Helisson Miranda - Os estudos de ambos os lados são bastante convincentes. Não me arriscaria enquanto acadêmico a tomar partido de algo tão recente em termos de pesquisa. Acredito que o número de eventos episódicos de extremos do clima vem crescendo. Isso aponta para mudança nos padrões globais, sem sombra de dúvida. A identificação da amplitude das flutuações de temperaturas registradas dentro do sistema Terra é que vai revelar se nosso futuro é o de um planeta mais quente ou frio. Por se tratar de um período interglacial, minhas fichas estariam depositadas no aquecimento global. A questão crucial é: até que ponto as atividades humanas modificaram o curso natural desse aquecimento? Isso ainda não está completamente elucidado e, cabe às correntes científicas revelar o papel do homem no processo, no que fez até agora e no que ainda pode fazer.
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