segunda-feira, 21 de março de 2011

SIG/Geoprocessamento_Geógrafo Luís Sadeck

Formado em Geodésia e Cartografia, Antigo Geoprocessamento, pela IFPA, que na época ainda se chamava CEFET-PA. Isso em 2003, mesmo período que entrou na IFPA para cursar Geografia, Licenciatura e Bacharelado, obtendo o título de graduação nas duas linhas em 2008. Depois disso, realizou a especialização em Geotecnologias- Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto no IESAM- Instituto de Estudos Superiores da Amazônia, no qual se formou em 2010, Agora está pensando em realizar o Mestrado, e está convidado para nos dizer como foi a sua tese. O nosso primeiro entrevistado sobre a escolha da enquete, SIG/Geoprocessamento é o Luis Sadeck. Após a leitura da entrevista deixe seus comentários.


PPEG- Como foram os seus estágios?

Luis Sadeck- Bem, essa é uma longa história... Quando fazemos curso técnico é obrigatório o cumprimento de estágio para a retirada do diploma de técnico, pois bem, tínhamos uma disciplina chamada “Projeto de geomática” foi ai que dei início ao meu primeiro estagio. Fui, com outros amigos, ao Jardim Botânico de Belém propor um projeto de mapeamento das arvores e cadastramento das mesmas para a produção de um SIG. Logo o coordenador de flora se interessou e chamou-nos para desenvolver tal projeto, porém não teríamos remuneração, na ocasião isso não era de grande importância, pois usaríamos esse trabalho para retirada do diploma, fizemos todo o trabalho proposto, no entanto, descobrimos ao final que as instituições não tinham convenio, e sendo assim, não poderíamos retirar os diplomas. Foi ai então que nos tornamos burocratas e com muito trabalho conseguimos que o convênio fosse firmado, tendo um final feliz a jornada do diploma técnico.
Sai do Jardim Botânico e fui convidado a assumir um laboratório novinho em folha, que foi criado para atender as demandas do curso de Geografia - UFPA. Aceitei de primeira, dei nome (LAIG – Laboratório de Análise da Informação Geográfica) e comecei a atender as demandas, mas logo veio a surpresa... Não havia remuneração. Trabalhei nessas condições por aproximadamente 1 ano, vivia de bananas, não tinha dinheiro nem para almoço no RU, tinha que escolher voltar para casa ou almoçar! Depois desse 1° ano o colegiado passou a pagar meu almoço e logo em seguida a pagar R$ 230,00 por 4 horas diárias, mas eu passava 8 horas por conta própria e em pouco tempo esse valor foi subindo junto com as outras bolsas oferecidas pela Universidade. Depois de 3 anos nesse estagio, não podendo ficar mais, fui chamado para compor a equipe que trabalharia no ZEE da BR163 na condição de estagiário novamente, só que agora com uma boa remuneração. No decorrer de 6 meses desse estagio, passei no concurso do SIPAM e deixei de ser estagiário.


PPEG- “Gotecnologias, isso em primeiro lugar, serve para planejar”- No seu recente artigo Zonas de risco a alagamento em Belém, no seu entendimento, o que mais as prefeituras precisam saber que é necessário ter um Geógrafo para conjuntamente com outras profissões realizar um planejamento urbano utilizando o SIG? (clique aqui para ler o artigo)

Luis Sadeck- Em relação às prefeituras, o que elas precisam saber é integrar conhecimentos para que a tomada de decisão seja a mais acertada possível. É por isso que se criam os planos diretores municipais e os cadastros técnicos, que através de análises espaciais, que são muito mais do que números, pode-se chagar a bons resultados. Hoje o mercado SIG (software) tem abrangido muitas prefeituras, mas infelizmente as mesmas não tem corpo técnico especializado para potencializar os softwares com conhecimento, tornando a implementação dos setores de GEO onerosa para os cofres públicos. Se no setor de GEO tivéssemos um Geógrafo com conhecimento de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto para estudar o espaço geográfico, associado com o conhecimento de outros profissionais, teríamos resultados fantásticos. Já vi isso acontecer!

É claro que o estudo do espaço geográfico não é exclusividade do geógrafo, porém nós somos treinados para interpretá-lo e para moldá-lo, partindo das premissas de diagnóstico e prognóstico. Sendo assim, os geógrafos são, na minha visão, os gestores perfeitos para processos de planejamento, principalmente pela condição de abrangência que a disciplina tem e que facilita a conversa com os demais profissionais envolvidos no processo de planejamento. Só para demonstrar a necessidade, muitos profissionais de outras áreas têm feitos suas especializações, mestrados e doutorados em Geografia justamente para obter esse treinamento nas vertentes espaciais para poder gerir melhor suas pesquisas.


PEG- Para finalizar, o tema escolhido pelos nossos visitantes na enquete foi o SIG/Geoprocessamento, e com isso qual a sugestão deixa para os futuros estagiários sobre essse tema para ser utilizado em sala de aula?

Luis Sadeck - O SIG/Geoprocessamento é um tema bastante abrangente e motivador. Uma boa temática para estudos é o desenvolvimento de um cadastro técnico multifinalitário para ser aplicado a um bairro, distrito, cidade e outras unidades geográficas. Esse trabalho pode agregar toda a turma para obtenção de diversas informações sobre a área geográfica. A turma pode coletar informações primárias e secundárias e ir plotando em uma base digital para no fim propor novos usos e potencializar usos já existentes.
Com um estudo desse porte, os alunos passam por todas as fases de desenvolvimento de um SIG e quando forem absorvidos pelo mercado de trabalho não encontraram maiores dificuldades.

2 comentários:

  1. Boa entrevista
    Prof.
    Leandro Lopes

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  2. Obrigado ao PedaGEO pela oportunidade. Sempre que precisarem estamos por aqui.

    Obrigado também ao Leandro.

    Um abraço

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