sábado, 29 de maio de 2010

Dia do Geógrafo:deixe aqui a sua mensagem

Hoje não colocaremos o entevistado do mês,deixamos esse espaço para que deixe um recado para o Geógrafo, pode ser para aquele professor que não encontra mais, aquele que te deu aula lá nos tempos de colégio, aquele Geógrafo que te inspirou na escolha pela Geografia, enfim, hoje o espaço é seu.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Avisos 10

O colegas da ULBRA-Canoas também convida você:

Considero esse evento um pré-ENG, vejam só:

A AGP/RS, em comemoração ao dia do Geógrafo e aos 30 anos passados da regulamentação da nossa lei, convida todos seus associados e comunidade para a Mesa-redonda:

"Geógrafo: 30 anos de regulamentação profissional"

como anda nosso espaço?
campo de atuação ?
conselho próprio ?

Integrantes da mesa:
Geóg. Roberto Verdum (mediador);

Geóg. Cláudio Schmitz (mediador);
Geóg. Ronaldo Plá (representante da AGP/RS);
Geóg. Everton de Moraes Kozenieski (representante da AGB);
Geóg. André Araújo (representante da Geografia no CREA);
Geóg. Antônio Carlos Castroggiovanni (representante do Depto. de Geografia PUC);

Horário:
Início as 19:00 horas.
Data: 31 de maio de 2010.

Local: Auditório do Prédio 5 da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da PUC. Av. Ipiranga, 6681

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Avisos 9

II Semana do Geógrafo e III Expogeo

Há Geografia além da teoria?!

25, 26, 27 e 28 de Maio de 2010
Geografia - UFGD
Dourados – MS

Apresentação

A II Semana do Geógrafo se dá como sequência de um evento pensado para e pelos estudantes do curso de Geografia da UFGD, a partir de sua entidade representativa, o Centro Acadêmico (CAGEO). Assim, em comemoração ao Dia do geógrafo, 29 de maio, realizaremos uma Semana visando ir além dos debates meramente acadêmicos, dando destaque para questões voltadas à praxis dos geógrafos. Pensando nisso, o tema escolhido para nortear os debates e discussões do evento será 'Há Geografia além da teoria?!'.

Para o tema, a avaliação que foi feita é que está havendo nas Universidades em geral, e talvez de forma ainda mais preocupante nas Ciências Humanas, uma supervalorização da produção acadêmico-científica e um afastamento do engajamento político e do comprometimento social mais concreto. Se conseguimos desmistificar a suposta neutralidade da ciência e do discurso científico, ainda falta nos posicionar claramente... Há Geografia além da teoria?! Buscaremos então refletir sobre a dicotomia e as contradições entre discurso e prática que muitas vezes permeia a universidade e o discurso científico como um todo.

Entretanto, os caminhos ‘para além da teoria’ podem ser vários. Buscando uma construção coletiva às atividades da II Semana do Geógrafo foram atreladas as atividades da III EXPOGEO - Exposição Acadêmico-Científico e artístico-Cultural do curso de Geografia, que visa não só apresentar a produção acadêmica, mas também criar um espaço para as manifestações artísticas e culturais de alunos e professores do Curso de Geografia.


Clique em cima da Programação


Inscrições:

De 17 a 25 de Maio de 2010
Com membros da Comissão Organizadora, na FCH
Grupo PET – Geografia
Mestrado em Geografia (Daline e Elaine)

Valor R$10 (inclui certificado dos dois eventos)

Informações e contato:
Membros da comissão
semanadogeografo2@yahoo.com.br

V ENCONTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA - EnEB

Excelência Educativa: Saberes, Práticas e Formação Docente , ocorrerá entre os dias 11 e 12 de junho de 2010, na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul. O evento congregará estudantes de graduação, de pós-graduação, profissionais e pesquisadores da Educação Básica e da Educação Superior oportunizando o intercâmbio de idéias e a reflexão crítica sobre o tema “ Excelência Educativa”. Os trablhos podem ser enviados até o dia 31 de maio.Quer saber mais clique aqui


sábado, 22 de maio de 2010

Os confirmados para o Encontro Nacional de Geógrafos-2010

Seguem os nomes confirmados dos debatedores das mesas redondas e diálogos de abertura e encerramento.

CONFERÊNCIAS E MESAS-REDONDAS

Diálogo de Abertura
Profa. Dra Ana Fani Alessandri Carlos (USP)
Prof. Dr Boaventura de Souza Santos (Universidade de Coimbra-Portugal)

Diálogo de Encerramento
Prof. Dr Carlos Walter Porto Gonçalves (UFF)
Prof. Dr Carlos Augusto Figueiredo Monteiro

Mesas-Redondas

EIXO 1 - FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA: A PRÁXIS DOS GEÓGRAFOS

Mesa 01: Os geógrafos e a geografia brasileira: trajetória e
perspectivas
Prof. Dr Manoel Fernandes de Sousa Neto ( USP)
Prof. Dr Roberto Lobato Azevedo Correa (UFRJ)

Mesa 02: Os referenciais marxistas na análise geográfica: fim ou
permanência?
Prof. Dr Armen Mamigoniam (UFSC/USP)
Prof. Dr Horiestes Gomes (UFG)

Mesa 03: Geografia licenciatura ou Geografia bacharelado ou Geografia? A
prática dos geógrafos na atualidade
Profa. Dra Núria Hanglei Cacete (USP)
Prof. Dr William Rosa Alves (UFMG)

EIXO 02 - ESCALAS DA CRISE: FRAGMENTAÇÃO E TOTALIDADE

Mesa 04: Por uma leitura crítica sobre as cidades contemporâneas
Profa. Dra Amélia Luiza Damiani (USP)
Profa. Dra Doralice Sátiro Maia (UFPB)

Mesa 05: crise econômica e reestruturação espacial
Prof. Dr Tito Carlos Machado de Oliveira (UFMS)
Prof. Msc Robson de Moraes (UEG)

Mesa 06: a questão agrária: velhos problemas e novos desafios
Prof. Dr. Paulo Roberto Raposo Aletejano (FFP/UERJ)
Gilmar Mauro representante do MST (SP)

EIXO 03 - AUTONOMIA DA GEOGRAFIA E GEOGRAFIAS DAS SUBVERSÕES

Mesa 07: autonomia da Geografia e geo-grafias da autonomia
Prof. Dr Jorge Ramón Montenegro Gómez (UFPR)
Raúl Zibechi (URUGUAI)

Mesa 08: a Geografia no contexto da educação popular e movimentos sociais Aloísio Souza Silva (Representante do setor de educação da VIA CAMPESINA)
Prof. Msc. Eduardo Maia (UFV)

Mesa 09: a participação do movimento estudantil na estruturação da AGB e o papel da AGB na construção do movimento estudantil na Geografia
Prof. Dr Claudio Ubiratan Gonçalves (UFPE)
Prof. Dr Charlles da França Antunes (FFP/UERJ)

EIXO 04 - ESPAÇOS DE RESISTÊNCIAS E DE INSURREIÇÕES

Mesa 10: Geografia, movimentos sociais e resistência
Profa. Dra Arlete Moysés Rodrigues (UNICAMP)
Prof. Dr João Edmilson Fabrini (UNIOESTE)

Mesa 11: a complexidade do espaço agrário brasileiro: o(s) movimento(s) do agronegócio e as resistências dos sujeitos sociais do campo
Prof. Dr Marcelo Mendonça (UFG/CAC)
Prof. Dr Paulo César Scarim (UFES

Mesa 12: América Latina hoje
Prof. Dr Elder Andrade de Paula (UFAC)
Prof. Dr Anibal Quijano (Universidad de San Marcos-Lima- Peru)

EIXO 05 - LINGUAGENS, REPRESENTAÇÕES, TECNOLOGIAS E RESISTÊNCIA

Mesa 13: linguagens, representações, tecnologias e resistência
Prof. Dr Wenceslao Machado de Oliveira Júnior (UNESP)
Prof. Dr Jones Dari Goettert (UFGD)

Mesa 14: Geografia, linguagens e a formação do professor
Profa. Dra Shoko Kimura (UFMG)
Prof. Msc. Luiz Fernando Freitas Camargo (IF-SP)

Mesa 15: Geografia e geotecnologias: abordagens possíveis
Prof.Dr Hindenburgo Francisco Pires (UERJ)
Prof. Dr. Eduardo Viana (UFPB)

EIXO 06 - A EDUCAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE AUTONOMIA E LIBERDADE

Mesa 16: ensinar a Geografia ou ensinar com a Geografia?
Prof. Dr Nestor André Kaercher (UFRGS)
Prof. Dr. Marcos Antonio Campos Couto (FFP/UERJ)

Mesa 17: perspectivas das políticas educacionais para formação docente no Brasil
Profa. Dra Marísia Santiago Buitoni (PUC-SP)
Prof. Dr Genylton Odilon Rego Rocha (UFPA)

Mesa 18: políticas e práticas afirmativas no ensino de Geografia
Prof. Dr Renato Emerson dos Santos (FFP/UERJ)
Prof. Dr Alecsandro Ratts (UFG)

EIXO 07 - DINÂMICAS DA NATUREZA, PROCESSOS DE APROPRIAÇÃO E SUAS
CONTRADIÇÕES

Mesa 19: as transformações climáticas em diferentes escalas de análise e as conseqüências para a sociedade
Profa. Dra Isorlanda Caracristi (UVA- Ceará)
Prof. Dr Luiz Carlos Molion (UFAL)

Mesa 20: a questão ambiental e as políticas de desenvolvimento no Brasil
Prof. Dr Henri Acserald (IPUR/UFRJ)
Prof. Dra. Mônica Cox de Britto Pereira (UFF)

Mesa 21: a relação sociedade-natureza no contexto da reestruturação produtiva
Profa.Dra Dirce Suertegaray (UFRGS)
Prof. Dr. Flavio Rodrigues Nascimento (UFF)
Se você ainda não fez a sua inscrição clique aqui!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Ser Pedagógo

Parabéns a todos os Pedagógos!

Ser Pedagogo é ter uma responsabilidade muito grandenas mãos.
Talvez até mesmo o futuro...

Nas mãos de um Pedagogo concentra- se o futuro de muitos médicos, dentistas, farmacêuticos, engenheiros, advogados, jornalistas, publicitários ou qualquer outra profissão...

Ser Pedagogo é ser responsável pela vida, pelo caminho de cada um destes profissionais que hoje na faculdade e na sociedade nem se quer lembram que um dia passaram pelas mãos de um Pedagogo.Ser Pedagogo é ser mais que profissional, é ser alguém que acredita na sociedade, no mundo, na vida.

Ser Pedagogo não é fácil, requer dedicação, confiança e perseverança.Hoje em dia ser Pedagogo em uma sociedade tão competitiva e consumistanão torna-se uma profissão muito atraente, e realmente não é.Pois os valores, as crenças, os princípios, os desejos estão aquém do intelecto humano.

Hoje a sociedade globalizada está muito voltada para a vida materialista.As pessoas perderam- se no caminho da dignidade e optaram pelo atalho da competitividade, é triste pensar assim, muito tristepois este é o mundo dos nossos filhoscrianças que irão crescer e tornar se adultos.Adultos em um mundo muito poluído de idéias e sentimentos sem razão.Adultos que não sabem o que realmente sãoAlienados, com interesses voltados apenas pelo Ter e não pelo Ser.

Ser Pedagogo é ter a missão de mudar não uma Educação retorcida, mas ser capaz de transformar a sociedade que ainda está por vir.Pode ser ideologia pensar assim, mas como Pedagogos temos a capacidade de plantar hoje nesta sociedade tão carente de valores, sementes que um dia irão florescer.E quem sabe essa mesma sociedade que hoje é tão infértil possa colher os frutos que só a Pedagogia pode dar.
Autora: Vanessa B. de Carvalho

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Aviso 8

Atenção colegas mineiros que estão visitando o nosso blog: no dia 27 de maio será realizado um grande evento no CREA de Minas Gerais marcando a data de celebração do nosso dia e, ainda, discutir acerca das perspectivas do profissional geógrafo em Minas Gerais.






Você Conhece o PACHAMAMA? É o planetário móvel itinerante que vai até as escolas, levando o conhecimento Astronômico. Em breve vamos conhecer mais esse projeto, claro vamos convidá-los para bater um papo com a gente. Essa foi a dica do Cleomar Oliveira que faz parte desse grupo onde é possivel que o aluno perceba a configuração do espaço e compreenda através da interação os movimentos da terra e demais astros bem como a identificação de constelações e seus correspondentes mitológicos.


Para os colegas Cearenses que também visitam o nosso blog, o Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Ceará lançará seu novo períodico científico REVISTA GEOSABERES - Revista de Estudos Geoeducacionais, no dia 29 de maio. Quer conhecer a revista? É só clicar no logotipo.





Concurso Público 1 vaga para Geógrafo +Cargo de Reserva no RS. Quer fazer a sua inscrição, clique aqui é até o dia 18!

sábado, 8 de maio de 2010

Mapas Táteis

Cleomar Oliveira é acadêmico do do sétimo semestre do curso de Geografia na PUCRS, trabalha com o desenvolvimento de técnicas para o ensino/aprendizagem de Geografia, utilizando para esse fim tecnologias como as de sensoriamento remoto e geoprocessamento, através da análise de imagens de satélites. Também trabalha em um projeto intitulado Cartografia Tátil, que visa a inclusão através da cartografia, onde é possibilitado ao aluno com deficiência visual perceber o espaço, mesmo que de maneira fragmentada, para que melhore a mobilidade e faça relações do seu espaço percebido com o global. E foi na sua apresentação do trabalho no I Encontro Vivenciando uma Escola para Todos, com a co-autoria de Donarte dos Santos Junior e sob a orientação do professor Regis Alexandre Lahm, que Cleomar Oliveira apresentou o belíssimo trabalho intitulado Mapas Táteis. Depois de ler a entrevista deixe seus comentários para o nosso convidado.


PPEG- “ A Geografia é Para Todos!” Essa foi a frase que colocamos no primeiro dia no blog. O trabalho que o LABTATE, da Universidade Federal de Santa Catrina, define bem isso. Quando mostrastes um mapa tátil, resolvi fechar os olhos para ter a mesma percepção de uma pessoa com deficiência. Conte aos nossos visitantes, o que é e como são os mapa táteis.

Cleomar Oliveira- Os mapas táteis proporcionam ao aluno especial a percepção do espaço, a noção de limites e fronteiras, a distribuição dos elementos ali representados sejam quais forem, estes mapas são adaptações, elaborados com elementos sensíveis ao tato de diversas texturas, e como em um mapa comum os elementos representados são descritos em uma legenda onde as texturas e materiais são nomeados para que o aluno possa localizar os alvos decodificando-os.
Ao entrar em contato com os mapas táteis com diferentes temáticas o educando reproduz mentalmente e com uma facilidade imensa todas as informações presentes, espacializando os dados e compreendendo o espaço, pois sabemos que mesmo dominando o sistema braile de escrita nem todas as informações podem ser transcritas necessitamos de recursos diversos para que o aprendizado se concretize e tenha significado prático.


PPEG- Como és também da Licenciatura, qual a metodologia utilizada em sala de aula que podes indicar aos colegas?

Cleomar Oliveira- Acredito que a melhor maneira de aprender e ensinar é trazendo os conceitos para a realidade do aluno, para que possam ser percebidos no dia a dia, dando um significado prático e assim tornando a aula mais atrativa, os conhecimentos de Geografia como das demais ciências podem e devem ser utilizadas para serem aplicadas na rotina dos alunos, pois só assim o processo de aprendizado terá significado e se tornará atraente, ao ponto de o aluno criar uma nova espectativa a cada aula, contando os dias para mais uma aula de geografia.

Outra forma de visualização de conceitos e interação é através de saídas de campo onde os alunos podem perceber a partir da sua subjetividade, não apenas pelos olhos do professor e fora do ambiente de sala de aula de maneira mais descontraída, é claro que este tipo de atividade requer um planejamento e um roteiro pré estabelecido, onde a produção textual do aluno é fundamental, pois assim podemos analisar como nosso aluno está percebendo o espaço.


PPEG- Quais os livros você daria de sugestão?

Cleomar Oliveira- Para o pessoal que está interessado em aplicabilidade de conceitos no cotidiano do aluno segue estas indicações:

CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre: AGB, 1998.

CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Brincar e Cartografar com os diferentes mundos geográficos: a alfabetização espacial. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007.

CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Ensino de geografia: praticas e textualizações no cotidiano. Porto alegre: Mediação, 2000

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O Rio de Janeiro continua lindo.....


Parafraseando a letra da música do Gilberto Gil, convidamos a Bacharel, Licenciada e Mestre em Geografia, todos os títulos pela UFSC, a Diretora da AGB-do Rio de Janeiro e Dra. em Geografia pela UFF a Sra. Cristiane Cardoso para responder questões, que a maioria das vezes a mídia traz de forma sensacionalista e acabamos com aquela opinião por não estarmos vivenciando aquela situação. Agradecemos desde já a Sra. Cristiane por ter cedido parte de seu tempo.São questões que servem tanto para geógrafos profissionais quanto para professores e estagiários abordarem em sala de aula. Depois de ler a entrevista deixe os seus comentários para a nossa convidada.


PPEG- Em uma das entrevistas do Milton Santos: “Apenas quem quer as mudanças são os pobres, pois a classe média quer se manter com seus privilégios. Os direitos não interessam à classe média – a classe média não pede direitos, porque ela prefere ir pelo canal dos privilégios (Fórum,2004).” Será que o deslizamento que aconteceu na pousada Sankay, em Paraty, no Rio de Janeiro, neste ano, não serviu de sinal de alerta?

Sra. Cristiane Cardoso – Inicio perguntando que alerta é esse? A lei é para todos ou pelo menos deveria ser. Todos os municípios deveriam realizar seu plano diretor, e com ele todo mapeamento de áreas habitáveis ou não. Morar em encostas, não é um problema apenas da população pobre. Em varias cidades do Brasil, percebemos a ocupação destas áreas, por varias classes sociais, em Florianópolis, morar em um morro, não significa morar em favelas, existem varias casas de alto luxo localizadas nos morros da cidade.

Na Ilha Grande, a situação não é diferente. A Ilha é formada por morros e baixadas, uma parte pertence a áreas de Preservação, e outras podem ser ocupadas. A exploração turística do local fez com que se proliferassem varias pousadas, restaurantes, lojas e outros serviços fundamentais para o desenvolvimento da atividade. Alguns pescadores transformaram suas propriedades em pousadas e hotéis. Outros migraram, e grandes investidores ocuparam e realizaram construções para atender a demanda. O problema é que não houve um planejamento adequado para ocupar estas áreas. Logo as conseqüências aparecem: línguas de esgotos, praias contaminadas, exploração das atividades turísticas ecológicas sem uma demarcação adequada, e deslizamentos...

O Rio de Janeiro, assim como todas as cidades que apresentam situações semelhantes de desenvolvimento econômico e social, é uma cidade que se constituiu através das desigualdades sociais, políticas, econômicas, culturais e ambientais, gerando inúmeras formas e conteúdos espaciais que influenciam diretamente nos modos de vida, nas relações estabelecidas, na maneira de “avaliar” e conceber determinados lugares, bem como de ser atingido direta ou indiretamente por algumas catástrofes.

Com um clima tipicamente tropical litorâneo / úmido, influenciado pela massa de ar Tropical Atlântica e pela passagem da Massa Polar Atlântica, apresenta características de temperatura elevada e chuvas abundantes ao longo do ano inteiro, porém, nos meses de verão o calor se intensifica e as chuvas também. Não é de hoje que as chuvas causam estes problemas. Todo ano, nos meses de verão, a cidade já sabe o que acontece... vivenciamos o resultado desta combinação: temperatura alta, choque de frentes, chuvas intensas, entupimento da rede de esgoto, lixo, assoreamento dos rios, atuais valões que cortam a cidade, ocupação das encostas, aumento da população em áreas de risco, falta de planejamento urbano e ambiental. As conseqüências, também já conhecemos: caos na cidade, prejuízos materiais, mortes, desalojados...

A cidade é um espaço produzido socialmente, portanto, possui realidades complexas e situações múltiplas que correspondem às políticas de ocupação, aos conflitos em relação ao uso e às contradições da apropriação social que influenciam diretamente em suas condições de existência material e simbólica. Nas políticas implantadas no desenvolvimento das Cidades, sempre houve um privilégio (recursos financeiros) para as áreas ou bairros considerados mais nobres. Isso gera um grande desequilíbrio nas formas e funções que a cidade apresenta. Isso gera também um desequilíbrio nas conseqüências destas catástrofes...


PPEG- Li em uma
reportagem que ainda há 18 comunidades nas mesmas condições do Morro do Bumba, casas construídas em cima de lixões. Como será feito todo esse levantamento/ mapeamento dessas áreas de risco?

Sra. Cristiane Cardoso – Não tenho essa informação precisa. Não sei quantos conjuntos habitacionais, casas, pessoas vivendo nesta situação. Mas acredito que sejam muitas espalhadas pelo Brasil a fora. Casas que foram construídas pelo próprio governo e/ou permitidas por ele. Digo isso porque, quando se leva, água, luz, telefone, IPTU e outros... estamos permitindo a ocupação desta área. Lembro de uma realidade vivenciada a uns 10 anos atrás quando visitei uma área em Criciúma, Sul de Santa Catarina, a comunidade foi inserira em cima de uma área de rejeito do carvão. A área tinha cheiro de enxofre, solo escuro da pirita, águas ao redor contaminada... diante deste quadro... será que essa comunidade tinha qualidade de vida e ambiental? Quais conseqüências a curto, médio e longo prazo? E para onde iriam?

No caso do Morro do Bumba, será que esta comunidade tinha a noção de que ali existia um lixão? Será que mais uma vez o pobre levará a “culpa”por esse acontecimento?
Historicamente percebemos os discursos midiáticos e políticos sendo re-produzidos quando se fala da favela e de espaços populares. Observamos uma infinidade de discursos existentes sobre as favelas, alguns de maneira preconceituosa tentando justificar as ações do poder público, outros reafirmando a posição de diferença em relação à cidade.
Pensando na mídia como um mecanismo fundamental na construção das representações sobre as favelas à medida que ela contribui para uma formação de opinião das pessoas que não vivenciam determinados lugares e acabam utilizando o concebido e o percebido para significá-los, a partir de suas respectivas “visões sociais de mundo”.

As favelas surgem nos chamados espaços vazios da cidade, desvalorizados pelo setor imobiliário, dentro de um contexto que determina que as pessoas desprovidas das condições impostas por esse mercado se instalem em áreas “menos atrativas”, tais como encostas, manguezais e agora os lixões.


PPEG- “O campo de preocupação da Geografia é o espaço da sociedade humana, em que homens e mulheres vivem e, ao mesmo tempo, produzem modificações que o (re)constroem permanentemente.”(VICENTINI,2003) Qual será o papel do Geógrafo, interligado com outras profissões, no planejamento urbano e no controle do crescimento desordenado/desenfreado das ocupações irregulares nas encostas de morros?

Sra. Cristiane Cardoso- O espaço geográfico é produto de inter-relações que dependerão de três aspectos fundamentais: vivência (cotidiano marcado pela experiência), percepção (práticas espaciais, trabalho, lazer) e concepção (construções teóricas e práticas sociais). Na produção do espaço, as cidades estão interligadas por diversas escalas de análise. Segundo Lefebvre, o espaço é resultado de uma percepção, concepção e de uma vivência. Isto é, o espaço vai sendo modelado e remodelado a partir de três aspectos: 1o - a visão dos planejadores (nível do concebido, do conhecimento e das representações políticas e sociais), que são embasados por teorias vigentes em cada momento histórico, planejando a cidade e formulando modelos “ideais” e racionalizados pela visão técnica; 2o - das práticas sociais que vão sendo estabelecidas a partir das atividades diárias, dos diversos lugares onde se realizam as atividades de trabalho, da vida privada, de lazer e das festas; 3o - pelo cotidiano, o vivido, das relações diretas das pessoas com o seu lugar de morada, o plano afetivo, corpóreo.

Controlar o crescimento desordenado (pergunto para quem?), remoção da população, entre outros termos, são discursos complicados. Precisamos cuidar com estas declarações. Perceber diversos discursos construídos socialmente também. O problema vai muito alem da cidade. Falamos de remoção, crescimento desordenado... mas esquecemos das causas destes, os problemas nas áreas agrícolas do Brasil, a reforma agrária, falta de emprego regular, entre tantos outros...

O papel do geógrafo deve ser, como vocês mesmo já inserem nessa questão, interligado a outras áreas do conhecimento. As ciências deveriam se comunicar para realizar um planejamento real. Toda prefeitura deveria ter uma secretaria de planejamento que realmente estivesse discutindo a cidade, realizando um plano diretor, que pudesse mapear todas as áreas. Seu campo de atuação é a sociedade e o meio na qual esta inserido, pensando sempre em causas, conseqüências, a curto, médio e longo prazo.

Referêcia do livro mencionado na úlitma questão: VESENTINI.José William –VLACH.Vânia. Geografia Crítica. Editora Ática.PNLD.2003.

terça-feira, 4 de maio de 2010

II TELECOMPETEC


A temática será: "Práticas de Ensino com o uso das Tecnologias Digitais Virtuais
(TDVs): usando o virtual para retratar as práticas no presencial".

19h 19h30min: Espaço Digital Virtual do Unilasalle na Ilha Ricesu: Recortes de uma prática reflexiva com o uso das Tecnologias Digitais Virtuais (TDVs ) Profª Me. Ana Margô Mantovani (UNILASALLE)

19h 35min 20h 20min:Potenciais do Second Life na Educação Profª Drª Eliane Schlemmer ( GP e-du/ Unisinos)

Relatos de Experiência
Horário: 20h 35min às 22hs

Aplicações das Tecnologias Digitais Virtuais (TDVs) na Educação Especial: Novos caminhos para a inclusão de Pessoas com Necessidades Educativas Especiais(PNEEs).Cristina Martins (Computação/ Licenciatura/ UNILASALLE)

Prática de Ensino com o uso das TDVs na Educação de Jovens e Adultos (EJA) Josiane Troleiz Ferri (Computação/Licenciatura/UNILASALLE)

As inscrições são gratuitas, para facilitar a sua inscrição é só clicar aqui:

Se você não conhece o tema que será abordado no TELECOMPETEC nós já abordamos na entrevista do dia 5 de abril.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Nota da AGB-Rio sobre as chuvas no Rio de Janeiro


A cidade é um espaço produzido socialmente, portanto, possui realidades complexas e situações múltiplas que correspondem às políticas de ocupação, aos conflitos em relação ao uso e às contradições da apropriação social que influenciam diretamente em suas condições de existência material e simbólica.

O Rio de Janeiro, assim como todas as cidades que apresentam situações semelhantes de desenvolvimento econômico e social, é uma cidade que se constituiu através das desigualdades sociais, políticas, econômicas, culturais e ambientais, gerando inúmeras formas e conteúdos espaciais que influenciam diretamente nos modos de vida, nas relações estabelecidas, na maneira de “avaliar” e conceber determinados lugares, bem como de ser atingido direta ou indiretamente por algumas catástrofes.
As chuvas que assolaram o Estado do Rio de Janeiro no verão de 2010 são uma realidade constante. Constante também são estes problemas. Todo ano, nos meses de verão, a cidade já sabe o que acontece... vivenciamos o resultado desta combinação: temperatura alta, choque de frentes, chuvas intensas, entupimento da rede de esgoto, lixo, assoreamento dos rios, atuais valões que cortam a cidade, ocupação das encostas, aumento da população em áreas de risco, falta de planejamento urbano e ambiental. As conseqüências, também já conhecemos: situação caótica da cidade, prejuízos materiais, mortes, desalojados...
O que houve de novo nas chuvas que assolaram o Estado do Rio de Janeiro, na primeira semana de Abril de 2010? As cenas são as mesmas, porém foi registrada a pior chuva desde 1962, aproximadamente 288 mm em menos de 24 horas, segundo os dados da Prefeitura do Rio de Janeiro, em alguns bairros, de segunda até quinta, já tinha chovido duas vezes mais que a quantidade esperada para o mês de Abril.
Não é novidade também os discursos presentes nestas tragédias. Numa análise preliminar das fontes de notícia, podem-se verificar três discursos perversos e resultantes da extrema desigualdade sócio-espacial que vive na nossa cidade: na primeira cena, o Poder Público culpa os pobres urbanos pelas decisões e práticas de ocuparem e jogarem lixo nas encostas e nas vias públicas da cidade. Numa segunda cena, observam-se os agentes midiáticos formadores parciais de opinião lamentando, buscando motivos diversos numa metralhadora de (des) informações e partindo de uma neutralidade sensacionalista na avaliação das razões ou destacando os fatores e ações da natureza. Numa terceira e marginal cena, evidenciam e propagam o sensacionalismo da imagem do (não)-cidadão pobre lamentando e sofrendo as repercussões das ações da natureza em meio a um espaço com grandes projetos a serem implementados na cidade mercantilizada pela euforia olímpica.

É com este pensamento e avaliação que a AGB-Rio, constituída por profissionais e cidadãos, apóia as lutas e estratégias de sobrevivência e resistência das populações atingidas pelas últimas chuvas, bem como pelas lutas cotidianas por direitos sociais de uma cidadania plena, e denuncia o descaso, a corrupção e a falta de planejamento e gestão urbana (mas também social, econômica e cultural) da cidade, do estado e do país, refletindo sobre as repercussões e as condições de vida da população do Rio de Janeiro.


Associação dos Geógrafos Brasileiros - Seção Rio de Janeiro