quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Entrevista do Mês

 

Em 1995 graduou-se pela Universidade Regional Integrada –URI Erechim, em 2010 formou-se em Mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo, sete anos depois concluiu o Doutorado em Diversidade Cultural e Inclusão Social na FEEVALE de Novo Hamburgo e atualmente está cursando o Pós-Doutorado em Educação pela Unochapecó. A nossa entrevistada do mês é a Professora Adjunta na UFFS- pelo Campus Erechim e Chapecó, Coordenadora Adjunta do PPG Educação, no Campus de Chapecó e também Coordenadora do Curso de Geografia na área da licenciatura no Campus Erechim; e na reestreia do nosso blog vamos conversamos com a Dra. Ana Maria Oliveira de Pereira autora do livro Aprender e ensinar Geografia na sociedade tecnológica: possibilidades e limitações, então deixe seus comentários e curta o nosso blog! No final da entrevista colocamos as fontes que serviram de subsídios para as nossas questões.



  1. PPGE- “ ... o lugar torna-se o mundo do veraz e da esperança: e o global, midiatizado por uma organização perversa, o lugar da falsidade e do engodo. Se o lugar nos engana, é por conta do mundo. Nestas condições, o que globaliza separa; é o local que permite a união.” (SANTOS, p. 16, 1994) , Em sua opinião quais geografias que fazemos ou quais queremos no pós-pandemia do Coronavírus, em sala de aula?


Dra. Ana Maria Oliveira de Pereira - Eu acredito na Geografia que tem como propósito a Educação Geográfica. Que possibilite aos estudantes da Educação Básica a construção do conhecimento relacionado ao seu dia a dia, porém não confundindo o senso comum com a memorização de informações e dados estatísticos.

As aulas de Geografia precisam possibilitar ao estudante a compreensão de que, apesar de vivermos em um “mundo globalizado”, existem grandes diferenças entre os espaços territoriais. É necessário que a leitura de mundo, feita pelos estudantes, possa proporcionar o reconhecimento das diferentes espacialidades, dos fenômenos que permeiam a sociedade e, principalmente, o sentimento de pertencimento a esse lugar.

É necessário, sim, que se dê grande atenção ao processo escolar que aconteceu durante a pandemia, pois, principalmente, os estudantes das escolas públicas, tiveram desiguais condições de acessos nesse período. Entretanto, é possível proporcionar, aos poucos, melhores oportunidades de aprendizagens na volta às atividades presenciais, especialmente, no que diz respeito ao uso das tecnologias digitais para as aulas de Geografia.

  1. PPGE- “Em função da rapidez com que as informações circulam, torna‐se ainda mais relevante o papel do professor no processo de construção do conhecimento, entendido como a sistematização das informações, juntamente com o aluno, pois as mudanças acontecem e sua contextualização é necessária para que se possa entendê‐las.” (OLIVEIRA, 2010, p.2) A educação em função da pandemia conseguiu abranger à todos?


Dra. Ana Maria Oliveira de Pereira - Sem dúvida alguma, não. Somo um país de dimensões continentais e de desigualdade social. Na mesma proporção, isso faz com que os acessos sejam MUITO diferentes, tanto da parte dos alunos como dos professores.

Neste tempo de pandemia, a comunidade escolar teve que se reinventar. Alunos dividindo com seus familiares os suportes (celulares, tablets, nootbooks) para assistirem as aulas, professores precisando adquirir melhores recursos digitais (computadores, celulares, internet mais potente) para poderem desempenhar suas atividades… Os pais, por sua vez, também precisaram mudar suas rotinas, acompanhando mais de perto as tarefas dos filhos - alguns indo pegar e entregar o material nas escolas.

A “educação remota emergencial” que permeou o ano letivo de 2020/2021 possibilitou que os estudantes não ficassem sem atividades escolares. Porém, a desigualdade de recursos aumentou ainda mais a distância entre os estudantes de famílias carentes e os estudantes de famílias com renda maior.

Em minha opinião, a mudança só acontecerá se houver interesse político por parte das instituições, para formação de professores, aquisição recursos pedagógicos e organização de espaços específicos para as escolas funcionarem. É possível constatar, em muitas escolas, que os “velhos problemas” estruturais ainda fazem parte do dia. Juntando-se a esses, as novas demandas protocolares da pandemia.

  1. PPGE- "Eu até cogitei comprar um telefone para ela, mas eu recebo um salário mínimo e pago quase R$ 200 só de luz. Eu compro o celular ou comida. O celular mais simples não custa menos de R$ 500, fora a internet. Hoje, nossa prioridade é ir no mercado para repor o que precisa", afirmou à BBC News Brasil. Nesta perspectiva, até alguns anos o vilão em sala de aula era o celular, hoje um aliado para alguns, na sua opinião a falta da valorização dos professores e com os alunos também gera mais desistência em sala de aula?


Dra. Ana Maria Oliveira de Pereira - Acredito que esse assunto é um pouco mais amplo.

A escola é um espaço de “aprendizagens”, que vai da construção do conhecimento em relação às ciências e do saber historicamente produzido, convivência com as pessoas, compartilhamento e também o uso de recursos; dentre eles, os recursos digitais.

Infelizmente, uma fala clichê do início do século XXI que está muito viva na escola ainda é a seguinte: “o computador (ou atualmente o Google) vai substituir o professor”. Afirmo que isso não é verdade. Primeiro, porque informação não é conhecimento. Segundo, porque o ser humano é um ser social - e a pandemia nos provou isso.

A desistência dos alunos tem maior relação com as condições econômicas das famílias do que com os recursos utilizados pelos professores em sala de aula ou as condições estruturais da escola.

O espaço escolar pode ser humilde e os recursos escassos, mas se o professor tiver o conhecimento referente a sua ciência de formação, os conhecimentos didáticos e pedagógicos e os conhecimentos sobre a realidade em que seus alunos estão inseridos, tem condições de mediar o processo de construção da aprendizagem de maneira emancipadora. Aí, o objetivo já foi alcançado.


  1. PPGE- Para finalizar, qual dica de leitura ou proposta de aula para ser ministrada tanto, híbrida ou presencial aos nossos colegas?


Dra. Ana Maria Oliveira de Pereira - Leitura básica para os professores:

- Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Paulo Freire .

Neste momento, indico aos professores, principalmente, das ciências humanas, o livro da psicóloga e filósofa Norte Americana Shoshana Zuboff, “A era do capitalismo de vigilância: luta por um futuro humano na nova fronteira do poder”. Esse livro nos dá a dimensão da “colmeia de conexões”, conforme Zuboff, que seduz e que, ao mesmo tempo, ameaça o futuro da democracia, da liberdade e, de maneira bem ousada, da humanidade.

Também tenho um livro de minha autoria: Aprender e ensinar Geografia na sociedade tecnológica: possibilidades e limitações. Curitiba-PR; Appris, 2019.

E um livro que participei na organização: Geografia que fazemos: Educação Geográfica em diferentes contextos. PAIM, R.O., PEREIRA, A.M.O., Copatti, C. GENGNAGEL, C.L. Curitiba-PR; CRV 2021.


Fontes dos embasamentos das questões:


Milton Santos: Técnica, Espaço e Tempo: Globalização e Meio Técnico Científico Informacional.

Ana Maria O. de Pereira: Aprendendo geografia com auxílio das tecnologias de rede


BBCBRASIL: Ensino remoto na pandemia: os alunos ainda sem internet ou celular após um ano de aulas à distância, entrevista concedida dia 3/05/2021 ao jornalista Felipe Souza. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-56909255


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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Você sabe quem foi o Percy Lau?

 Em 2011 o colega Leonardo Gomes, da Unilasalle, fez o projeto desenhando o Brasil, de Percy Lau.


Estamos colocando aqui o link do profeto para você conhecer o trabalho deste desenhista, clica na imagem e confira. Se puder deixe seus comentários.


sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Entrevistado do mês, do ano de 2009- Professor Otávio Buffi Lima

Estamos no processo de repetição dos fatos importantes aqui no blog e em 2009 nosso primeiro entrevistado, mensalmente  a entrevista era voltada com assuntos geográficos seja para área da educação ou de pesquisa. Pois então vamos hoje colocar novamente a entrevista do Professor Otávio Buffi. Participe deixe seus comentários e nos siga no twitter.


Estando desde 1977 quando estudou no colégio La Salle concluindo os anos finais do ensino primário e cursou o secundário, na época chamado de ALAC ( Curso de Análises Químicas).Em 1989, realizou a sua graduação no curso de Licenciatura em Geografia e em 1998 formou-se também pela UFRGS, no curso de Pós-Graduação em Educação. E a partir de 1997 dedica-se as aulas no Centro Universitário La Salle-UNILASALLE. O Entrevistado desse mês é o professor Otávio Lima. 


PPGE- Como foi seu primeiro estágio? 

Prof. Otávio- Foi muito bom, e bem atípico pois trabalhei om uma oitava série no Colégio de Aplicação da UFRGS. Na época a grande maioria dos alunos e alunas eram de “classe média alta”. E isto demandou a época uma abordagem embora conteudista, analítica e crítica. 

PPGE- Por que as metodologias utilizadas em algumas escolas continuam sendo tradicionais? 

Prof. Otávio - Quais escolas Muitas variáveis atuam nos eventos metodológicos, podemos dizer assim O plano de ensino da escola e da sua disciplina, a formação inicial do professor (a), a formação continuada do professor (a), a dignidade salarial da educação, o grau de profissionalização e comprometimento do professor(a),etc...

 PPGE- Conforme o título de um texto do Nestor André Kercher: A GEOGRAFIA É O NOSSO DIA-A-DIA,como nós acadêmicos podemos transmitir e trabalhar em sala de aula esse conceito?

 Prof. Otávio- Desconheço esse texto mas vai lá .... Primeiro depender da sua representação social sobre isto. É necessário para trabalhar com qualquer conceito em primeiro lugar abordá-lo a partir da sua disciplinalidade, ou seja, no caso objetivar o Dia A DIA a partir do Espaço Geográfico (bem como a partir das categorias geográficas e das técnicas geográficas) em segundo lugar “ baixar” um bom Libâneo, conhecer seu público e desenvolver uma boa didática, e na sequência desta desenvolver metodologias possíveis. 

PPGE- Qual a metodologia realizada, nos estágios, que indicaria aos nossos visitantes? 

Prof. Otávio- “Tudo vale a pena se a Geografia não for pequena”. 

PPGE- Qual livro sugere aos colegas?

 Prof. Otávio- Respondendo mais diretamente a pergunta anterior....Toda coleção da Ed. Contexto que indica : Como usar...”ex. Como usar a música em sala de aula.”; Todo o material textos e livros de Nestor André Kaercher;os livros de alfabetização cartográfica de Rosângela Doin, etc.. Sugestões do texto e dos livros dos autores mensionados na entrevista : ALMEIDA, Rosângela Doin. (Org.) . Alunos de ontem, educadores de amanhã. Rio Claro: Instituto de Biociências, 2003. v. 1.100 p. ALMEIDA, Rosângela Doin. (Org.) . Cartografia Escolar. 1. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2007. v. 1. 224 p. LIBANEO, José Carlos. Didática. Editora Cortex, 2004. LIBÂNEO,José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para quê?Editora Cortex,2004. KAERCHER, Nestor André. (Org). Um globo em suas mãos. 2. ed. Porto Alegre: Ed. da Ufrgs, 2003. KAERCHER, Nestor André. . A Geografia é o nosso dia-a-dia. In: ___Boletim Gaúcho de Geografia,1996,v.21.Ed.Passo Fundo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Dossiê Covid-19 ---Boletim Gaúcho de Geografia

Pessoal, o Dossíê Covid-19 já está disponível para a leitura dos artigos, clique na figura e deixe seus comentários !! 






 

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Reprisando: Geografia Cultural e o Carnaval no Brasil

             Com quase mil visualizações estamos repetindo o trabalho do colega Leonardo Lemes. Clica aqui e confira deixe seus comentários e curtidas!!


Não deixe de visualizar também no blogpedageo.wordpress.com.br, convide os colegas e nos siga no twitter @pedageo

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Novo Blog Pedageo

 Olá!!



Calma! Este blog não acabou ainda vamos continuando mas criamos um outro com nova roupagem 


visite e deixe seus cometários: blogpedageo.wordpress.com ou continue por aqui neste

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Entrevista blog Pedageo

 Parafraseando a letra da música do Gilberto Gil, convidamos a Bacharel, Licenciada e Mestre em Geografia, todos os títulos pela UFSC, a Diretora da AGB-do Rio de Janeiro e Dra. em Geografia pela UFF a Sra. Cristiane Cardoso para responder questões, que a maioria das vezes a mídia traz de forma sensacionalista e acabamos com aquela opinião por não estarmos vivenciando aquela situação. Agradecemos desde já a Sra. Cristiane por ter cedido parte de seu tempo.São questões que servem tanto para geógrafos profissionais quanto para professores e estagiários abordarem em sala de aula. Depois de ler a entrevista deixe os seus comentários para a nossa convidada.

PPEG- Em uma das entrevistas do Milton Santos: “Apenas quem quer as mudanças são os pobres, pois a classe média quer se manter com seus privilégios. Os direitos não interessam à classe média – a classe média não pede direitos, porque ela prefere ir pelo canal dos privilégios (Fórum,2004).” Será que o deslizamento que aconteceu na pousada Sankay, em Paraty, no Rio de Janeiro, neste ano, não serviu de sinal de alerta? Sra. Cristiane Cardoso – Inicio perguntando que alerta é esse? A lei é para todos ou pelo menos deveria ser. Todos os municípios deveriam realizar seu plano diretor, e com ele todo mapeamento de áreas habitáveis ou não. Morar em encostas, não é um problema apenas da população pobre. Em varias cidades do Brasil, percebemos a ocupação destas áreas, por varias classes sociais, em Florianópolis, morar em um morro, não significa morar em favelas, existem varias casas de alto luxo localizadas nos morros da cidade. Na Ilha Grande, a situação não é diferente. A Ilha é formada por morros e baixadas, uma parte pertence a áreas de Preservação, e outras podem ser ocupadas. A exploração turística do local fez com que se proliferassem varias pousadas, restaurantes, lojas e outros serviços fundamentais para o desenvolvimento da atividade. Alguns pescadores transformaram suas propriedades em pousadas e hotéis. Outros migraram, e grandes investidores ocuparam e realizaram construções para atender a demanda. O problema é que não houve um planejamento adequado para ocupar estas áreas. Logo as conseqüências aparecem: línguas de esgotos, praias contaminadas, exploração das atividades turísticas ecológicas sem uma demarcação adequada, e deslizamentos... O Rio de Janeiro, assim como todas as cidades que apresentam situações semelhantes de desenvolvimento econômico e social, é uma cidade que se constituiu através das desigualdades sociais, políticas, econômicas, culturais e ambientais, gerando inúmeras formas e conteúdos espaciais que influenciam diretamente nos modos de vida, nas relações estabelecidas, na maneira de “avaliar” e conceber determinados lugares, bem como de ser atingido direta ou indiretamente por algumas catástrofes. Com um clima tipicamente tropical litorâneo / úmido, influenciado pela massa de ar Tropical Atlântica e pela passagem da Massa Polar Atlântica, apresenta características de temperatura elevada e chuvas abundantes ao longo do ano inteiro, porém, nos meses de verão o calor se intensifica e as chuvas também. Não é de hoje que as chuvas causam estes problemas. Todo ano, nos meses de verão, a cidade já sabe o que acontece... vivenciamos o resultado desta combinação: temperatura alta, choque de frentes, chuvas intensas, entupimento da rede de esgoto, lixo, assoreamento dos rios, atuais valões que cortam a cidade, ocupação das encostas, aumento da população em áreas de risco, falta de planejamento urbano e ambiental. As conseqüências, também já conhecemos: caos na cidade, prejuízos materiais, mortes, desalojados... A cidade é um espaço produzido socialmente, portanto, possui realidades complexas e situações múltiplas que correspondem às políticas de ocupação, aos conflitos em relação ao uso e às contradições da apropriação social que influenciam diretamente em suas condições de existência material e simbólica. Nas políticas implantadas no desenvolvimento das Cidades, sempre houve um privilégio (recursos financeiros) para as áreas ou bairros considerados mais nobres. Isso gera um grande desequilíbrio nas formas e funções que a cidade apresenta. Isso gera também um desequilíbrio nas conseqüências destas catástrofes... PPEG- Li em uma reportagem que ainda há 18 comunidades nas mesmas condições do Morro do Bumba, casas construídas em cima de lixões. Como será feito todo esse levantamento/ mapeamento dessas áreas de risco? Sra. Cristiane Cardoso – Não tenho essa informação precisa. Não sei quantos conjuntos habitacionais, casas, pessoas vivendo nesta situação. Mas acredito que sejam muitas espalhadas pelo Brasil a fora. Casas que foram construídas pelo próprio governo e/ou permitidas por ele. Digo isso porque, quando se leva, água, luz, telefone, IPTU e outros... estamos permitindo a ocupação desta área. Lembro de uma realidade vivenciada a uns 10 anos atrás quando visitei uma área em Criciúma, Sul de Santa Catarina, a comunidade foi inserira em cima de uma área de rejeito do carvão. A área tinha cheiro de enxofre, solo escuro da pirita, águas ao redor contaminada... diante deste quadro... será que essa comunidade tinha qualidade de vida e ambiental? Quais conseqüências a curto, médio e longo prazo? E para onde iriam? No caso do Morro do Bumba, será que esta comunidade tinha a noção de que ali existia um lixão? Será que mais uma vez o pobre levará a “culpa”por esse acontecimento? Historicamente percebemos os discursos midiáticos e políticos sendo re-produzidos quando se fala da favela e de espaços populares. Observamos uma infinidade de discursos existentes sobre as favelas, alguns de maneira preconceituosa tentando justificar as ações do poder público, outros reafirmando a posição de diferença em relação à cidade. Pensando na mídia como um mecanismo fundamental na construção das representações sobre as favelas à medida que ela contribui para uma formação de opinião das pessoas que não vivenciam determinados lugares e acabam utilizando o concebido e o percebido para significá-los, a partir de suas respectivas “visões sociais de mundo”. As favelas surgem nos chamados espaços vazios da cidade, desvalorizados pelo setor imobiliário, dentro de um contexto que determina que as pessoas desprovidas das condições impostas por esse mercado se instalem em áreas “menos atrativas”, tais como encostas, manguezais e agora os lixões.

PPEG- “O campo de preocupação da Geografia é o espaço da sociedade humana, em que homens e mulheres vivem e, ao mesmo tempo, produzem modificações que o (re)constroem permanentemente.”(VICENTINI,2003) Qual será o papel do Geógrafo, interligado com outras profissões, no planejamento urbano e no controle do crescimento desordenado/desenfreado das ocupações irregulares nas encostas de morros? Sra. Cristiane Cardoso- O espaço geográfico é produto de inter-relações que dependerão de três aspectos fundamentais: vivência (cotidiano marcado pela experiência), percepção (práticas espaciais, trabalho, lazer) e concepção (construções teóricas e práticas sociais). Na produção do espaço, as cidades estão interligadas por diversas escalas de análise. Segundo Lefebvre, o espaço é resultado de uma percepção, concepção e de uma vivência. Isto é, o espaço vai sendo modelado e remodelado a partir de três aspectos: 1o - a visão dos planejadores (nível do concebido, do conhecimento e das representações políticas e sociais), que são embasados por teorias vigentes em cada momento histórico, planejando a cidade e formulando modelos “ideais” e racionalizados pela visão técnica; 2o - das práticas sociais que vão sendo estabelecidas a partir das atividades diárias, dos diversos lugares onde se realizam as atividades de trabalho, da vida privada, de lazer e das festas; 3o - pelo cotidiano, o vivido, das relações diretas das pessoas com o seu lugar de morada, o plano afetivo, corpóreo. Controlar o crescimento desordenado (pergunto para quem?), remoção da população, entre outros termos, são discursos complicados. Precisamos cuidar com estas declarações. Perceber diversos discursos construídos socialmente também. O problema vai muito alem da cidade. Falamos de remoção, crescimento desordenado... mas esquecemos das causas destes, os problemas nas áreas agrícolas do Brasil, a reforma agrária, falta de emprego regular, entre tantos outros... O papel do geógrafo deve ser, como vocês mesmo já inserem nessa questão, interligado a outras áreas do conhecimento. As ciências deveriam se comunicar para realizar um planejamento real. Toda prefeitura deveria ter uma secretaria de planejamento que realmente estivesse discutindo a cidade, realizando um plano diretor, que pudesse mapear todas as áreas. Seu campo de atuação é a sociedade e o meio na qual esta inserido, pensando sempre em causas, conseqüências, a curto, médio e longo prazo.

Referêcia do livro mencionado na úlitma questão: VESENTINI.José William –VLACH.Vânia. Geografia Crítica. Editora Ática.PNLD.2003.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Municípios veem prejuízos com a falta de dados do Censo


 Confira clicando aqui a contribuição do Geógrafo Ricardo Dagnino. Deixe seus comentários!

segunda-feira, 3 de maio de 2021

95 anos !! Milton Santos

 Conheça mas as obras do Milton Santos, começa a ler a leituras fáceis depois ficará fácil a leitura.


Coloco aqui o site do Milton Santos. Clique aqui e confira.

Eu já fiz a minha associação e você?


Vamos lá construir a AGB se associando!!!

terça-feira, 20 de abril de 2021

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Boletim Gaúcho de Geografia----FALADO!!

 Olá, agora o Boletim Gaúcho de Geografia (BGG) também você vai encontrar falado. O BBG é uma revista física e eletrônica com artigos, resenhas, notas (inclusive uma nossa) com cunho científico ou de pesquisa.


O primeiro vídeo é intitulado: A natureza sempre foi bela, mas nunca tão sofisticada. A cidade e a valorização da natureza: os empreendimentos imobiliários de alto padrão em São Paulo. 

Autoria : Wendel Baumgarther .  Neste vídeo assistirá uma síntese.


 Clique aqui e assista e se puder te inscreve no canal da AGB-POA. Se puder também deixe seus comentários.