sábado, 23 de março de 2013

Avisos 78



Rio + 20- 2º Fórum de Desenvolvimento Sustentável da SOEA, clique aqui.





II Conferência Europeia das Geografias das Sexualidades- os interessados podem enviar o resumo até dia 31 de março, saiba mais clicando aqui

 
Também  até 31 de março você pode inscrever para seus trabalhos, mini cursos e oficinas no Encontro Estadual de Geografia, que será realizado na Restinga, em Porto Alegre. Saiba mais clicando na imagem.




4º ESEA (Encontro Sergipano de Educação Ambiental)- As inscrições de trabalho vão até dia 30 de abril e o evento vai ser de 16 a 19 de julho. Saiba mais aqui.


sábado, 16 de março de 2013

Ilustração da Entrevista

Para ilustrar a entrevista , colocamos o vídeo, em duas partes, As Territorialidades do Samba na Cidade de São Paulo.
 
Clique em cima da parte que gostaria de ver e planeje uma aula sobre esse tema.
 

terça-feira, 12 de março de 2013

Entrevistado do Mês-Dr. Alessandro Dozena


Formado em Música pela Universidade Livre de Música Tom Jobim em São Paulo, e em Geografia (Universidade Estadual Paulista– UNESP) , tendo início a sua trajetória geográfica se na UNESP de Rio Claro, no ano de 1994. O nosso entrevistado do mês é o Dr. em Geografia Humana,Alessandro Dozena. Bom, deixamos o nosso entrevistado dizer como era o curso em Geografia, em 1994, as suas atividades nas pesquisas, o seu mestrado e o seu doutorado. Depois de ler a entrevista deixe seus comentários.

Alessandro Dozena- O curso de Geografia de Rio Claro, em virtude da sua tradição neopositivista ou quantitativista, valorizava muito os estudos pautados em mensurações de dados estatísticos, análises aerofotogramétricas e estudos fundamentados na Teoria Geral dos Sistemas. Tive aulas com alguns dos professores mais importantes dessa escola do pensamento geográfico brasileiro, principalmente com os da área de Geografia Física, a exemplo do prof. Antonio Christofoletti. Mas Rio Claro, já em 1994, não era mais exclusivamente neopositivista, pois alguns de seus professores vinham de outras “escolas” e traziam consigo seus métodos, como o materialismo histórico (principalmente os doutores formados pela USP), e a fenomenologia, desenvolvida por alguns professores da própria UNESP. Creio que esse ambiente foi extremamente importante para a minha formação acadêmica no sentido de poder acompanhar e vivenciar um pouco dos debates teóricos envoltos nessas diferentes orientações metodológicas. Vale lembrar ainda da tradição de Rio Claro na realização dos constantes e longos trabalhos de campo realizados nas disciplinas.
Iniciei-me nas atividades de pesquisa logo nos primeiros meses de graduação ao ser incorporado à equipe do projeto “A Represa do Lobo na Percepção do Usuário”, como auxiliar de pesquisa, cujo objetivo maior era analisar, baseado nos conceitos e categorias da Geografia Humanista, a percepção dos usuários de represas na região de Rio Claro. Essa pesquisa me possibilitou o primeiro contato com a metodologia científica. Também foi importante por ter me possibilitado o trabalho em uma equipe interdisciplinar, além das relações pessoais construídas com professores e alunos do curso de Geografia.
Logo no segundo semestre de 1994 abriram-se as inscrições para a seleção do Programa Especial de Treinamento (PET) do curso de Geografia, para o preenchimento de quatro vagas. Fui aprovado e passei a desenvolver uma pesquisa individual sobre a importância da indústria na produção espacial de São Carlos-SP. Enquanto um projeto de pesquisa de Iniciação Científica, seu objeto e problemática passaram por diferentes caminhos. Pude apresentá-lo em alguns eventos científicos, onde iniciei a aprendizagem sobre a articulação do conhecimento científico com os meios de comunicação e debates: artigos, resumos, textos expandidos, exposições orais e painéis.
Ao término do curso de graduação, submeti o projeto de pesquisa ao Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana da Universidade de São Paulo – USP, o qual foi selecionado para o ingresso em 1998. O mesmo projeto foi encaminhado para a Coordenação de Amparo à Pesquisa no Ensino Superior – CAPES, sendo aprovado para recebimento de bolsa de março de 1999 a setembro de 2000. Com a bolsa, pude me mudar para São Paulo e me dedicar exclusivamente ao desenvolvimento do projeto de mestrado.

No período do mestrado em São Paulo pude entrar em contato com pesquisas na área de Geografia Urbana com maior rigor e frequência, devido à proximidade dos grupos de estudos na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – FFLCH (em muito me auxiliou o uso da sua biblioteca e a presença em muitas defesas de mestrado e doutorado) e do meu envolvimento no próprio Programa de Pós-Graduação ao qual estava matriculado.

Além das atividades ligadas à pesquisa, fui professor da Universidade Paulista – UNIP por nove anos. Também trabalhei na Universidade Cidade de São Paulo – UNICID por dois anos, no Cursinho da Poli por dez anos e no Colégio Pré-Médico por quatro anos.

O projeto de pesquisa de doutoramento que inicialmente apresentei ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da USP tinha por objetivo realizar um aprofundamento teórico-metodológico na problemática que envolve o espaço e a cultura, buscando-se a compreensão do uso do território na cidade de São Paulo sob a perspectiva particular do samba, visto que ele pode ser retratado espacialmente.

O meu amadurecimento acadêmico e, fundamentalmente, enquanto professor-pesquisador, foi se revelando por meio da minha produção científica, ora na linha de pesquisa da Geografia Urbana ora na da Geografia Cultural. Embora essas áreas estejam distanciadas pela tradição acadêmica, julgo que foi essencial em meu processo de formação transitar por elas, articulando, desta forma suas categorias e métodos, aplicando-os em minhas pesquisas e em minhas práticas educativas nos níveis de ensino fundamental, médio e superior.


PPEG- Conte aos nossos visitantes, resumidamente, a sua tese de doutorado As territorialidades do samba na cidade de São Paulo.



Alessandro Dozena- Ao ingressar no doutorado, notei que a bibliografia existente sobre o samba na cidade de São Paulo não servia em sua plenitude para a análise da complexa realidade geográfica que lhe serve. Neste sentido, fiz um exaustivo levantamento bibliográfico, leituras e fichamentos para, em um curto espaço de tempo, aprimorar o objeto e a problematização da pesquisa. Já estava claro que esse esforço permitiria a submissão do projeto à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, até porque o projeto já havia sido aprovado em terceiro lugar entre os projetos avaliados para as bolsas departamentais CAPES/CNPq. O que estava certo para mim era que não poderia fazer um estudo sobre as territorialidades do samba na cidade de São Paulo sob a lógica exclusiva da dimensão cultural, mas que também deveria considerar as atividades e demandas econômicas, além da dimensão política, na perspectiva do que foi trabalhado por Dennis Cosgrove e por ele denominado de Geografia Cultural Radical. Ao dimensionar a categoria território na leitura geográfica do samba, passei a perseguir a sua importância no processo de urbanização da cidade de São Paulo e, para tal, a periodização me levou para um caminho muito interessante. A intenção em acionar o recurso da periodização foi a de investigar as rupturas e descontinuidades que aconteceram ao longo da história paulistana, averiguando quando e por que isto se deu. Com os batuques que aconteciam nas senzalas e nos quilombos, pude pensar na existência de um “proto-samba”, ao considerar que os batuques foram o embrião para a posterior configuração do gênero musical samba.

PPEG- No último dia 6 de fevereiro foi lançado o livro, de sua autoria, ''A Geografia do Samba na Cidade de São Paulo'', nos fale um pouco do seu livro.



Alessandro Dozena- No dia 06/02 ocorreu o lançamento da 2ªedição do livro, lançado inicialmente no encontro da ANPEGE em Goiânia, no ano de 2011. O livro é um desdobramento da tese de doutorado, enriquecido com um trabalho de ilustração e de edição, o que tornou o seu texto menos acadêmico e a sua leitura acessível a qualquer leitor.

A ideia do surgiu a partir da constatação de que principalmente após a década de 1990, a cidade de São Paulo tem passado por uma “onda revitalizadora” configurada por movimentos de samba que buscam resgatar as “raízes” do samba e propiciar um reencontro com os sambistas do passado, que deixaram sua contribuição em músicas muitas vezes ainda desconhecidas pelos próprios sambistas atuais.

A participação na qualidade de pesquisador me possibilitou absorver plenamente algumas sensações que passaram a existir de forma inexorável em mim. Motivações provocantes que me alteraram profundamente, além de estimular um leque grande de reflexões, em face da riqueza de possibilidades temáticas que eu encontrei no “mundo do samba” paulistano.

Muitos insights surgiram da participação nas atividades relacionadas ao samba, como pesquisador e jurado do carnaval. O samba apresenta uma dimensão mais ampla que a do carnaval. Embora a festa carnavalesca tenha sido envolvida pelo espetáculo televisivo que tem como palco o Sambódromo, ela nunca saiu dos bairros e hoje “costura” novas relações sociais a partir de uma movimentação própria que se dá nos “territórios do samba”, motivada pelos blocos carnavalescos, rodas e movimentos de samba; além dos eventos que ocorrem ao longo do ano nas quadras das escolas de samba.

A partir do material recolhido durante a pesquisa de campo realizada no período anterior à realização do carnaval de 2007, 2008 e 2009, agrupei elementos que se direcionaram para a diversidade dos participantes do “mundo do samba”, que se transmuda em distintas representações e discursos, impregnados de um “valor histórico” a respeito da importância do samba na conformação dos bairros da cidade de São Paulo. Isto nos foi revelado pela enorme quantidade de escolas de samba, blocos carnavalescos, rodas de samba, bares, casas de samba e o que me parece de mais original: as dezenas de projetos e movimentos de samba, que trazem a prática da resistência ou “re-existência”intrínseca a eles.

Vale mencionar que este estudo acadêmico contribuiu para a elaboração do Censo do Samba Paulistano, pela SPTuris em 2011, um órgão veiculado a Prefeitura Municipal de São Paulo.
PPEG-Em 2010 realizei uma aula com os alunos analisando a letra da música Asa Branca, qual a dica que dará aos nossos visitantes para planejamento de uma aula utilizando música?
Alessandro Dozena- Minha dica é perceber que o Brasil é um país que apresenta uma dimensão continental e diversas formações espaciais, com uma peculiar mistura de culturas, raças e crenças, o que leva a uma variedade de ritmos e sons. As influências das culturas africana, europeia e indígena nos legaram contribuições importantes para a formação da musicalidade brasileira. As possibilidades de trabalho com música na sala de aula são enormes, não somente no que diz respeito às temáticas culturais, mas também nas que envolvem questões econômicas, ambientais e políticas. E muitas dessas temáticas surgem nas letras das músicas.
Acredito que mesmo sem formação musical, todo professor (a) de Geografia tem a oportunidade de levar ao conhecimento de seus alunos ritmos e estilos musicais que proporcionam a chance de conhecerem os costumes e hábitos das distintas regiões brasileiras.
O uso da música é de extrema importância para a Geografia, sendo que ainda há pouca exploração em sala de aula. A música é uma linguagem universalmente aceita e promotora de alegria em sala de aula, independente da faixa etária ou classe socioeconômica.
Na prática docente, a música pode fazer os alunos pensarem a realidade de modo complexo e multifacetado. O primeiro momento se refere ao despertar dos alunos em relação ao tema. É o momento do encanto, em que a proposta pedagógica é introduzida. Neste sentido, o exemplo da utilização da música Asa Branca se enquadra perfeitamente.
Acredito que o uso da música no ensino de Geografia apresenta grande receptividade pelos alunos por instigar importantes questões interdisciplinares. Por ser algo agradável, o planejamento de uma aula utilizando música acaba fazendo os alunos crerem que a Geografia é “bacana” de ser estudada, abrindo possibilidades para uma melhor interação entre os professores e alunos.

sábado, 2 de março de 2013

Avisos 77

O Núcleo Interdisciplinar de Estudos Migratórios (NIEM) convida para a apresentação e debate: “A diáspora curda”, com Mehmet Ali Dogan - Antropólogo graduado na Universidade Paul Valery, em Montpellier, de origem curda, procedente da Turquia, exilado na França em 1986, será no dia 5/3, terça feira, das 14:00 às 17:00, transmissão ao vivo, clique aqui e confira.
 
 
Clique na imagem e saiba como fazer a sua inscrição, evento gratuito.Xavier é espanhol, graduado em geologia, PhD em geologia, pós Dr. em contaminação atmosférica. Possui mais de 450 artigos publicados e é um dos sete membros do comitê científico assessor da Organização Mundial da Saúde (OMS) para dar respostas às questões científicas sobre a revisão da política europeia da qualidade do ar. É avaliador externo do plano de melhora da qualidade do ar das seis principais cidades da Índia



XXI Encontro Sul-Mato-Grossense de Geógrafos e V Encontro Regional de Geografia no período de 26 a 28 de junho, saiba mais desse evento clicando aqui.