SIG-SUL

Autor dos livros Cartografia Básica e Geoprocessamento sem Complicação, convidamos o Geógrafo, professor do Unilasalle Paulo Fitz para conversarmos sobre o SIG-SUL e sobre a oficina que vai realizar no Encontro Nacional dos Geógrafos. No final da entrevista está disponível os contatos para você participar e saber maiores informações do Simpósio Integrado de Geotecnologias do Cone Sul.

PPEG - O que é e como surgiu o SIG-SUL?

Paulo Fitz - O SIG-SUL é um evento direcionado a profissionais que trabalham com geotecnologias e tem como objetivo geral a apresentação de novidades e a realização discussões dos temas relativos ao desenvolvimento e às práticas nesta área. Assim sendo, busca-se uma atualização do conhecimento relativo às geotecnologias, apresentar e discutir novas propostas de atuação, investigar novas tecnologias associadas, trocar experiências na área, buscar novos caminhos, paradigmas e rumos para a pesquisa científica nas áreas de abrangência da geoinformação, além de disponibilizar os trabalhos apresentados para pesquisadores, estudantes e comunidade em geral. O SIG-SUL surgiu a partir de conversas com colegas especialmente no decorrer de eventos dentro e fora do país. A ideia fora a de trabalhar um evento nesta área, de forma mais acadêmica, fugindo um pouco daqueles com cunho mais comercial. O primeiro evento ocorreu em 2001, de forma bastante acanhada, mas estamos em fase de crescimento.

PPEG - Quais as presenças confirmadas para o evento do SIG-SUL?

Paulo Fitz - Estão confirmadas as presenças do professor Dr. Antonio Moreno Jiménez, catedrático do Departamento de Geografia, da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidad Autónoma de Madrid. O professor Antonio é autor de diversos artigos científicos e livros envolvendo SIGs, tendo reconhecimento internacional pela sua atuação. Também está confirmada a presença da professora Dra. Tania Maria Saussen, pesquisadora do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, onde é responsável pelo Núcleo de Pesquisa e Aplicação de Geotecnologias em Desastres Naturais e Eventos Extremos para a Região Sul do Brasil e MERCOSUL-GEODESASTRES-SUL. A professora Tania igualmente é reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho, sendo diretora do Campus Brasil do Centro Regional de Educação em Ciência e Tecnologia Espaciais para a América Latina e o Caribe. Estes dois profissionais serão os conferencistas de abertura e encerramento do evento e cabe lembrar que ambos são geógrafos de formação. Além dos conferencistas, estão sendo convidados alguns profissionais ligados às geotecnologias para participar de uma mesa redonda no decorrer do evento. Estes ainda não confirmaram sua presença. De igual sorte, além de profissionais de diversas partes do Brasil e exterior, empresas da área deverão estar presentes para expor seus produtos e divulgar suas novidades.

PPEG - Estamos na semana do Encontro Nacional dos Geógrafos, e vais realizar a oficina Geografia Tecnológica: Uma nova maneira de pensar Geografia. Poderia contar aos nossos visitantes como será essa oficina?

Paulo Fitz - A ideia da oficina é a de discutir o atual estágio da Geografia no Brasil. Assim, deverão ser abordadas questões como o acesso de novos acadêmicos à universidade, enfocando o esvaziamento de cursos como a Geografia, tanto no caso da Licenciatura quanto no caso do Bacharelado. Posteriormente serão apresentados e discutidos aspectos gerais da ciência além de sugestões de abordagens de cunho epistemológico, onde as geotecnologias serão apresentadas como suporte metodológico. Neste sentido, devo reforçar que a ideia da oficina é a de interagir com os participantes no sentido de se buscar soluções para o atual momento de “crise” no qual nos encontramos. Particularmente, vejo o conjunto das geotecnologias como um ferramental extraordinário, especialmente para o geógrafo em função de sua formação. Assim, acredito que as geotecnologias possam servir de suporte para aproximar a Geografia de seu objeto de estudo, em termos de aplicabilidade prática e eficiente, mas nunca afastando-se de seu viés social e ambiental. Desta maneira, ser-lhe-ia conferido um caráter mais pragmático para aproximá-la de seu objeto de estudo, possibilitando sua aplicabilidade em termos de uma reestruturação da lógica da produção capitalista.


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