quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Você sabe o que é Geomarketing?

O assunto de hoje, foi sugerido pelo colega Leonardo Lemes, ex-coordenador geral do nosso Centro Acadêmico de Geografia (CAGEA), nos enviou uma reportagem sobre o Geomarketing na agricultura de São Paulo, realizada pela repórter Marcela Celle do jornal Brasil Econômico. Mas primeiro vamos conceituar o Geomarketing e após conversamos com Sr. Marlos Henrique Batista, sobre o Geomarketing no Rio Grande do Sul, (conheci numa palestra do Geomeeting realizada na PUCRS em novembro passado), ele é Engenheiro Cartógrafo formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Mestre em Sensoriamento Remoto pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sendo que, atualmente é o Diretor de Engenharia da Codex Remote- Ciências Espaciais e Imagens Digitais desde a sua fundação, em novembro de 2005. A Codex Remote é uma empresa gaúcha especializada em sensoriamento remoto e voltada para o desenvolvimento e aplicação de soluções em geotecnologias. Quer saber mais sobre a empresa? Após a entrevista coloquei o portifólio(clique no full para ampliar a tela) da empresa que a assessora de comunicação Carolina, que gentilmente me enviou e estou repassando a vocês. Lembrando que você também pode sugerir assuntos, entrevistas ou práticas pedagógicas

Sugestão de leitura:
Revista Conhecimento Prático:Geografia.Geomarketing, uma das vertentes do Geoprocessamento, ed. 29.2009; e Revista Info Geo. Censo 2010 e Geomarketing.2009.

Então, você sabe o que é Geomarketing?

Com o objetivo de mapear e identificar a melhor localização para pontos de vendas surgiu na década de 1950 os primeiros estudos do Marketing Geográfico, ou Geoprocessamento ou simplesmente, Geomarketing. A partir da década de 1980, com o uso do computador, das tecnologias de Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) e da utilização de imagens satélites fez com que o Geomarketing surgisse como uma ferramenta de estratégia.


E é nessa estratégia, ou melhor, a maneira de como se organiza no espaço, a empresa ou o cliente conhecerá a sua potencialidade ou vai aperfeiçoar o seu desempenho para um determinado público. Com isso, o IBGE, tem um papel fundamental, pois traz informações sociais, econômicas, culturais, religiosas, entre outras em determinadas regiões. Hoje o Geomarketing atua em vários setores: turismo, telecomunicações, imobiliário, indústria, agricultura, entre outros.

Perguntamos ao Sr. Marlos, como está a atuação do Geomarketing aqui no Rio Grande do Sul e em quais áreas está se destacando o uso dessa ferramenta?


Sr. Marlos: Como qualquer tecnologia em aspiração a um espaço de mercado, e partindo de sua própria máxima que diz que o trabalho de marketing é converter necessidades da sociedade em oportunidades rentáveis, o Geomarketing encontra-se hoje em uma posição de insipiência à conquista de espaços. Espaços estes em que tecnologias geográficas (geotecnologias) atuam no estágio atual como um instrumento de abertura de mercado, de modo a inspirar a curiosidade a respeito do Geomarketing, e trazendo este como um produto rentável para os atores envolvidos, tais como a agricultura de precisão, os mais diversos serviços que se utilizam da tecnologia, GPS, o imageamento por satélite etc. O que atualmente está sendo feito no Rio Grande do Sul são ações isoladas de algumas empresas com expertise em marketing ou em geotecnologias, aplicadas comumente a setores da agricultura e do comércio.

PPEG-E em qual setor essa ferramenta será fundamental?


Sr. Marlos: O Geomarketing, por ser entendido como o marketing de precisão ou marketing geográfico, será uma ferramenta essencial para todos os casos em que seja necessário obter a resposta para as seguintes questões: Onde é o melhor lugar para o meu negócio/produto? Onde prospectar clientes? Onde há maior possibilidade de obter sucesso? Onde divulgar? Enfim, é a concepção de uma nova tecnologia para obter respostas associadas à localização. Para exemplificar esta colocação podemos criar um cenário com os seguintes agentes:

1) Produto: Bebida Energética;
2) Público-alvo: jovens;
3) Modo de divulgação: outdoor e campanhas de demonstração de produtos;
4) Abrangência: um dado município.

Sobre apenas estas premissas pode-se iniciar um trabalho de Geomarketing, onde parte-se inicialmente do mapeamento das seguintes variáveis: localização espacial quantitativa por bairros ou setores censitários, com classes de renda e escolaridade do público alvo; localização dos pontos de interesse com quantificação do público-alvo, principalmente aqueles relacionados a escolas, faculdades, universidades, bares e restaurantes; mapeamento dos alvos para divulgação em Outdoor: sistema viário com informações de fluxo de veículos, semáforos, lombadas, terrenos sem construções, prédios com laterais sem aberturas e ortogonais às vias etc.

A proposição neste caso é poder identificar espacialmente a localização dos locais que prospectem o maior sucesso a partir de certas regras do negócio relacionadas às variáveis, tais como: O local com o maior número de jovens, próximo a maior quantidade de bares e restaurantes; os locais ideais para colocação de outdoor: grande trânsito de veículos, proximidade a escolas, faculdades e universidades, que possuam terrenos sem construções e próximo a semáforos.

Dessa exemplificação poderíamos estender a um produto de sucesso mundial, utilizado na última eleição dos Estados Unidos, pelo Barack Obama. Ele utilizou os recursos do Geomarketing para atingir a maior quantidade de pessoas que ele poderia obter voto efetivo sobre o menor custo de campanha. Essa aplicação atualmente está sendo reproduzida no Brasil pela Codex Remote, através do projeto Eleja-se, onde estão considerados os principais insumos para definição do eleitorado e a gestão do ponto de vista administrativo e de marketing da campanha eleitoral.

Podemos ver que o sucesso do Geomarketing sempre estará associado ao mapeamento dos elementos definidos na melhor regra do negócio, ou seja, a regra de maior sucesso.






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